quarta-feira, 24 de março de 2010

O misterioso "leopardo das neves"

Uncia uncia

Durante séculos, o leopardo das neves, originário da Ásia Central, tem sido alvo de mistério e folclore. Por exemplo, as pessoas dos vilarejos da Ásia Central acreditam que os leopardos das neves não comem a carne de suas presas, mas apenas tomam seu sangue (esta crendice é explicada pelos pequenos orifícios deixados pelos caninos dos leopardos, quando eles sufocam suas vítimas e pelos exemplos do abandono da presa antes da alimentação, quando os animais são molestados pelos nativos).

Os leopardos das neves são distribuídos esparsamente e descontinuamente pelas montanhas da Ásia Central (conhecida como “O telhado do Mundo”), com uma população de tamanho desconhecido. Habitam zonas alpinas e sub-alpinas, são encontrados em áreas acima de 3000 m do nível do mar. Durante o verão, podem ser encontrados em altitudes superiores a 5000 m. Geralmente estão associados com ambientes áridos e semi-áridos.

Estes animais são caçadores oportunistas, que podem predar desde um Yak (que pesa mais de 200 kg) até um pequeno veado almiscarado (que pesa somente 10 kg). Podem predar aves como o faisão ou as pequenas marmotas. Trata-se de um animal pouco estudado, devido a seus hábitos reservados, poucos exemplares, distribuição esparsa e dificuldade das condições de seu habitat. São animais que medem, de cabeça e corpo até 1300 mm e a cauda que chega a 1000 mm.

Fêmeas podem pesar até 40 kg e machos até 55 kg. Sua coloração varia do cinza pálido ao cinza escuro, com as partes inferiores esbranquiçadas. Todo seu corpo é recoberto por rosetas e manchas. A cabeça é relativamente pequena e o pêlo é bastante longo. Os bebês (em média 3), nascem em abrigos nas rochas, após um período de gestação de aproximadamente 103 dias. Pesam ao nascer aproximadamente 450 g e abrem seus olhos após 7 dias. Começam a ingerir alimento sólido aos 3 meses de idade.

Ordem: Carnivora
Família: Felidae
Nome popular: "leopardo das neves"
Nome em inglês: "snow leopard"
Nome científico: Uncia uncia

Distribuição geográfica: Ásia Central
Habitat: Áreas montanhosas e zonas alpinas com altitudes superiores a 3000 m acima do mar
Hábitos alimentares: Carnívoro
Reprodução: Gestação de 103 dias
Período de vida: Aproximadamente 21 anos

Matéria - Katia Cassaro
Bióloga Chefe do Setor de Mamíferos -
Fundação Parque Zoológico de São Paulo

Exposição - "Revolução Genômica"

A exposição internacional, do Museu de História Natural de Nova York esteve aberta ao público, mais precisamente na cidade de Petrópolis - RJ, no SESC Quitandinha.

A exposição apresentou uma visão cultural da Ciência Moderna, passando por temas fundamentais como a preservação da biodiversidade, biologia molecular, genética, seus impactos na ciência e tecnologia e, principalmente, em nosso cotidiano. Educação, ciência e cultura se fundem porque são como os genes para um indivíduo, fundamentais para a formação de um povo, conferindo-lhe identidade e transformando-o ao longo do tempo.

Fachada do Hotel Quitandinha onde se localiza o SESC Quitandinha

Como não poderia deixar de ser, professores e alunos do Curso de Ciências Biológicas do UNIFESO estavam lá para conferir! Foi simplesmente espetacular!



Professores e alunos do Curso de Ciências Biológicas do UNIFESO em Petrópolis - RJ

domingo, 14 de março de 2010

Bioloucos pela Vida!

Alunos e professores da Biologia - UNIFESO antes da descida do Rio

Neste último sábado (13 de março), cerca de 50 pessoas entre professores estudantes do Curso de Graduação em Ciências Biológicas do UNIFESO se lançaram "literalmente" ao rio, nos postos de divulgação e suporte, para defender um dos mais importantes projetos da cidade: "S.O.S. Rio Paquequer".

Iniciativas como essas, mostram que Biólogos e futuros Biólogos da cidade estão ativos e conscientes quanto às questões ambientais da nossa cidade e que Ecologia, se faz com consciência e atitude.

Inúmeras embarcações feitas de material reciclado desceram o Rio Paquequer numa animada e muito "remada" forma de protesto.

Embarcações na parte do Rio Paquequer próxima a Calçada da Fama

Ao som de "hey hoo Bio", duas balsas da Biologia, (Ceci e Peri) contruídas com material "lixo" jogado no rio , também desceram o Paquequer com objetivo de alertar e conscientizar a população da cidade para a constante "eutanázia" do Rio Paquequer, uma das partes fundamentais para o bem estar e saúde da cidade e das pessoas que vivem em Teresópolis e seus arredores.

Balsa "Ceci" pronta para navegar e o pessoal de apoio da Biologia - UNIFESO

Parabéns Biologia - UNIFESO! E a todos os participantes do "S.O.S Paquequer"! Ano que vem estaremos presentes e em maior número! Todos mais uma vez unidos para defeder a Vida!
Hey hoo Bio!
Hey hoo Bio! Hey hoo Bio!


segunda-feira, 8 de março de 2010

Vai mergulhar? Então fique atento!



Galeocerdo cuvier ou "tubarão tigre"

Os tubarões e as raias despertam a curiosidade das pessoas há muito tempo, seja pela imagem que era passada dos tubarões, um enorme peixe devorador de carne ou pelas raias, com o corpo achatado e sensação de parecerem "voar" pela água.


Prionace glauca ou "tubarão azul"

São conhecidas um pouco mais de 400 espécies de tubarões, que estão distribuídas em todos os oceanos do mundo. Junto com as raias e quimeras, pertencem à classe dos Chondrichthyes (peixes cartilaginosos). Quanto ao habitat, quase todos são marinhos, as exceções são algumas espécies de raias que habitam a bacia amazônica e o tubarão cabeça-chata (Carcharhinus leucas), espécie marinha que tem o costume de entrar em rios, já tendo sido observado a centenas de quilômetros adentro do rio Amazonas e acontecendo a mesma coisa em outros rios da Ásia e África. Surgidos há cerca de 400 milhões de anos, estes animais estão muito bem adaptados ao modo em que vivem, localizando-se no topo da cadeia alimentar, o que os deixa numa posição de destaque entre os animais marinhos.

Carcharhinos leucas ou "cabeça-chata"

Quanto à reprodução, os tubarões possuem sexos separados, onde os clásperes abrem a cloaca da fêmea e depositam o esperma dentro desta. Uma curiosidade é que as fêmeas de algumas espécies podem expelir sêmen que não foi utilizado ou guardar este sêmen para ser fecundado futuramente. Existem espécies ovíparas onde a fêmea deposita os ovos no substrato e espécies vivíparas, onde os embriões se desenvolvem no "útero" da fêmea. Entre os vivíparos existem diferentes estratégias de desenvolvimento da cria, de nutrição por vitelo até o canibalismo intra-uterino (ovofagia) onde os embriões devoram ovos fertilizados liberados pela mãe e outros filhotes menores. Nenhuma espécie possui estágio larval, nascendo indivíduos que são cópias idênticas dos pais e prontos para a caça, o que aumenta muito a taxa de sobrevivência.

Carcarodon carcharis - "tubarão branco"

Ligado ao sucesso adaptativo destes animais existe um desenvolvido sistema sensorial. Sua visão, ao contrário do que era pensado, tem uma boa capacidade inclusive à noite, pois possuem estruturas refletoras de luz localizadas atrás da retina. O olfato, muito bem desenvolvido, capta estímulos químicos na água. Estudos mostram que chegam a captar uma molécula de sangue em um milhão de moléculas de água. As ampolas de Lorenzini detectam estímulos elétricos na água através de pequenos poros situados na região ventral da cabeça. Internamente, a cada poro existe um tubo com uma substância gelatinosa que liga a uma câmara eletro-receptora. Com isso, os tubarões conseguem sentir as mínimas cargas elétricas produzidas pelos animais, mesmo se entocados em fendas ou enterrados no sedimento. A linha lateral é formada por poros que recebem vibrações da água, como se fosse um tato à distância. O sistema respiratório tambem é diferenciado. Possuem de 5 a 7 fendas branquiais (as espécies mais recentes apresentam 5 fendas) que ficam localizadas à frente das nadadeiras peitorais. Como não conseguem bombear a água para as brânquias como os peixes ósseos, a grande maioria das espécies precisa se manter em movimento para forçar a passagem de água pela boca e fendas branquiais. No sistema excretor possuem rins mesonéfricos, tendo a uréia como produto final do metabolismo. A pele é coberta por dentículos dérmicos, que se assemelham muito a pequenos dentes voltados para trás, o que torna a pele bastante resistente e hidrodinâmica.

Os tubarões são considerados pelos biólogos, os maiores e mais adaptados predadores do planeta. E não é para menos, uma vez que possuem todas essas características anatômicas e fisiológicas.

Imagem espetacular do "ataque" de um tubarão branco.

A espécie humana não está na sua lista de presas, mas muitas vezes, confundidos com focas, ou mesmo por simples curiosidade, seres humanos são vítimas do ataque por acaso desses animais. O ser humano antes de mais nada, deve respeitar e entender esses magníficos animais, para que possam co-existir em equilíbrio e harmonia. Estabelecer relações de respeito e ambiente, assim como os demais animais marinhos e de água doce vem fazendo por milhões de anos. Afinal, essa é a lei da sobrevivência, a lei da natureza.